Os direitos humanos, a violência e a escola: o que podemos fazer?
Fico sempre preocupada com os reais Diretos Humanos.
Ao ler o artigo "Direitos Humanos, utopia
brasileira" na Folha de SP de domingo (11/01 - Tendências/Debates), de
Atila Roque, que é diretor-executivo da Anistia Internacional no Brasil, fico
me perguntando tantas coisas...Uma delas é que a violência contra "os
brancos" diminuiu 32% e contra os "negros" aumentou 32%... O que
significa um preconceito muito grande quanto a cor e a classe social das
pessoas... E também nos mostra, que o Brasil é SIM um país preconceituoso!
Ainda assim, não podemos permitir que o preconceito seja enfrentado
apenas por aquele que sofre por ele. Mas também, não podemos culpar apenas
as policias por esses homicídios, pois 75% dos policiais mortos no nosso país,
foram mortos fora de serviço, ou seja, certamente a maioria deles fazendo
"bicos", já que o salário de um policial não é suficiente para que
ele possa sustentar a sua família.
No final do ano de 2014, O Prefeito de São Paulo, Fernando
Haddad, divulgou a implementação do Programa de "Proteção
Escolar" nas escolas municipais, a proposta visa "manter" a
segurança dos profissionais da educação e dos alunos. Desta maneira, os
policiais irão trabalhar nas escolas com altos índices de violência (a minha,
inclusive), em horários de folga, ou seja, também farão bicos.
Mas vejamos, essa "ação emergencial" vai tão contra
aos dados estatísticos de mortes de policiais no nosso país... Algo está muito
errado!!! Precisamos formar nossos policiais, que também andam acuados e
perdidos, pois não reconhecem mais o seu papel na sociedade.
E mais: Até que ponto "militarizar" as escolas é
positivo? Será que não colocaremos a comunidade contra as escolas? Será que tal
ação não aumentará o índice de jovens mortos nas periferias? Estas são questões
que necessitam de reflexão aprofundada da sociedade e do poder público.
Mas o que podemos fazer pelos jovens? Se nós, escola e
sociedade, não nos reunirmos nos nossos bairros para procurar uma
"solução" onde juntos poderemos proporcionar novas perspectivas de
futuro, vamos perdê-los para o crime... E não é isso o que nós desejamos! Não
podemos deixar que os jovens entrem nessas estatísticas nacionais de
homicídios! Fora que muito deles, estão nas prisões sem nenhuma condição humana
de se viver... Sabemos que a cadeia não é a solução, além de ser um lugar muito
caro e amedrontador para tornar as pessoas piores! No nosso país, é desumano as
condições em que os presos vivem.
Mas, enquanto não temos políticas públicas que
"resolvam" essas questões, nós mesmos vamos "tentando"
minimizar essas situações e estatísticas. Mas como? com iniciativa! conversando
com os colegas, divulgando e debatendo as nossas ideias para possíveis
reflexões e "soluções". E no caso das escolas, chamando
as comunidades, pais e alunos para conversar sobre o tema, e tentarmos juntos
minimizar as barreiras sociais nas periferias, de modo a provocar tais ações
nos sindicatos, nas escolas, e procurar políticos que abracem essas causas, a
fim de que possamos levar nossas angústias ao poder público.
É somente desta maneira, que a sociedade irá se alterar, é
necessário urgente a mobilização social, não podemos apenas continuar sentados
esperando que nossos governantes tomem atitudes, precisamos indicar a eles as
nossas necessidades, e cobrar, conscientes e sempre!
E Como disse Atila Roque ao final do seu artigo "Esses
são pontos de uma agenda de mudanças pela qual vale a pena mobilizar recursos,
energia e paixão."
Para ler o artigo de Átila Roque na Folha de SP de domingo,
acesse:
Para ler parte da reflexão que enviei à Folha e o jornal
publicou no Painel do Leitor, clique no link abaixo: http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/01/1574484-leitores-comentam-artigo-sobre-direitos-humanos.shtml
Para saber sobre o Programa de Proteção Escolar da Prefeitura de SP, acesse:
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