Não espere as férias chegar para viver!


Assim como a maioria das pessoas, Carolina vive delirando: “Ah,  quando as férias chegarem... aí sim eu  serei feliz! ”
- Carolina, vamos ao cinema? Diz a amiga.
- Ah, estou sem tempo! Mas quando as férias chegarem, eu vou!
- Carolina, vamos tomar um café e jogar conversa fora? Diz o amigo.
- Não posso, tenho que arrumar a casa, mas quando as férias chegarem  me chama que eu vou, hein?
- Carolina, vamos andar de bicicleta? Diz o irmão.
- Não  posso... preciso estudar... Mas nas férias você me chama!
- Carolina, deixe-me te amar? Diz o pretendente.
- Amor? Hahaha, não há tempo para amar!


Por acaso você se identificou? 

Férias, férias, férias... Quem não sonha com elas?  São delírios, palpitações, dores de barriga, tensão, febre, dores de cabeça! Contamos os dias para elas chegarem, e quando elas chegam....

O fato é que damos desculpas demais! E de fato não temos mesmo tempo e nos angustiamos com isso.
Aquele tempo que nos falta para olhar com cuidado o  filho, aquele tempo que não chega para o merecido descanso, aquele tempo que você não encontra para dizer o quanto ama quem está ao seu lado.

- Vivemos num tempo sem tempo! Diz o poeta.

Mas até quando?
Até quando viveremos nos martirizando que ele nos falta?
Será que precisaríamos aumentar as horas do nosso dia para além das 24 horas?
Aquela correria de trabalho, supermercado, contas a pagar, família, lazer....
Lazer!  Olhar para o nada, sem hora para acordar, sem hora para dormir...

Ah, as férias! 
Férias????

Enfim chegaram as Férias de Janeiro… E agora?










Quer dizer que só há vida nas férias?

Quer dizer que ficaremos esperando 11 meses do ano para que possamos viver 30 dias? E o restante do tempo? Vamos matá-lo?  Vamos assassiná-lo a punhaladas? Vamos deixá-lo  escorregar entre os dedos como se ele não existisse....como se as férias fossem tudo ou nada? 
E o tempo real? E o tempo instantâneo? E o tempo agora? Onde ele está? Onde ele fica nessa confusão toda que fazemos com ele?

E a nossa vida?

As férias, o tempo...

Por que não conseguimos viver dia após dia?
Por que não conseguimos olhar nos olhos das pessoas desconhecidas todos os dias?
Por que não conseguimos ser gentis com cada um que esbarramos na rua diariamente?
Por que não conseguimos ouvir o passarinho cantar todas as manhãs?
Por que não conseguimos amar dia após dia sem esperar as férias chegarem?


Enquanto nós esperamos ter " tempo para viver" é bom refletirmos que ele pode não chegar! 

Como dizia Mário Quintana: " A única falta que terá será desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará."



Em resposta ao Editorial de 26/03, do Jornal Folha de São Paulo "Deseducação pela Greve"


Sinto-me indignada com o posicionamento do Jornal Folha de SP, (editorial 26/03) “Deseducação pela Greve”( http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/03/1608224-editorial-deseducacao-pela-greve.shtmlno qual a Folha se posiciona contrária à greve dos professores estaduais de SP.  O  Jornal demonstra uma falta imensa de conhecimento dos problemas educacionais estaduais, ao dizer não saber o motivo dos professores estarem em greve, já que os mesmos receberão bônus “cala boca” dentro dos próximos dias. 

Revolto-me profundamente ao ver  o jornal se posicionar contrário à paralisação, já que o mesmo publicou no final de 2014, uma matéria (conforme o link abaixo: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2014/12/1556283-alckmin-corta-verba-de-escolas-paulistas-destinada-a-limpeza-e-obras.shtml), dizendo que o Governador Geraldo Alckmin cortou as verbas das escolas estaduais, inclusive para papel higiênico, obrigando professores e funcionários a levar papel de casa a fim de cuidar de seus asseios básicos diários.

Envergonho-me ao dizer ser assinante de um jornal que não compreende a educação como a grande esperança para minimizar os problemas econômicos, políticos e sociais do nosso país.

Entristeço-me ao saber que a Folha,  um jornal que se diz tão democrático, desconhece a realidade das escolas públicas estaduais, na qual um professor no final de carreira, recebe praticamente o mesmo  que um iniciante na Prefeitura de São Paulo.


Sinto-me chateada ao ler tal edital, afinal ,apesar do Estado de São Paulo ter o piso nacional superior ao restante do país, é o estado mais rico e onde o custo de vida é mais alto também, portanto, faz-se necessário remunerar bem seus educadores. Porém, é um absurdo achar que um professor que possui um salário piso de R$ 2.416,00 consegue sobreviver na atual crise econômica, sendo obrigado a acumular com dois ou três trabalhos diários em outras redes de ensino, o que o impede de ter o mínimo de qualidade de vida, e muito menos tempo para preparar as aulas.

Creio que a Folha de SP desconhece também  que na rede estadual há em torno de 57 mil professores contratados, um número muito alto diante do total de professores da rede, em torno de 251 mil; não deve saber também que o Governo de SP fechou 2700 salas este ano, demitindo milhares de professores, e ainda este jornal nunca deve ter ouvido "dizer" que com o fechamento de salas, as que  restaram estão superlotadas. Há salas com mais de 50 alunos frequentes.

E com certeza, esse jornal não soube da escola E.E. Prof.Alberto Conde, na Zona Sul de São Paulo, que necessita urgente de reforma, ou então da escola E.E. Dr. Miguel Vieira Ferreira, na Vila Medeiros, onde goteja dentro da sala de aula, e alunos são obrigados a ter aulas nessas condições. Ambas escolas já foram denunciadas na Assembleia Legislativa pelo Deputado Estadual Carlos Giannazi.

Cara Folha de São Paulo, vocês envergonham o Brasil ao dizer ser "Um Jornal a serviço do Brasil" , mas que agora, professores e sociedade enxergam que vocês caminham ao lado de um governo que está no poder há mais de vinte anos, um governo que sucateou a educação, um governo denunciado em desviar milhões e milhões de reais em esquemas de corrupção, um governo autoritário, conservador e que falta com a verdade. 

Nestas condições, é necessário que o jornal conheça melhor, e de perto, as atuais condições de trabalho da rede estadual de ensino, antes de se posicionar contrário à greve legítima dos professores estaduais de SP.

Michelle Bernardes
Professora da Rede Municipal de Ensino de São Paulo 



Família é Família!

Assistindo agora a pouco a Série da GNT "Família é Família- Episódio 10 - Muita gente lá em casa", me surpreendo com uma família carioca que vive harmoniosamente bem no "mesmo quintal". Uma família bastante interessante e muito tranquila, divide o mesmo terreno. Vou dar uma exemplificada: um casal que tinha uma filha se separou, a ex-esposa casou-se novamente e com esse novo marido teve também uma filha. O ex-marido, se casou também e com a nova esposa, tiveram também uma filha. Num determinado momento, enquanto as crianças ainda eram pequenas, resolveram todos morar no mesmo terreno. Cada novo casal na sua casa, com sua nova família, e ainda numa terceira casa, a irmã da "ex-exposa" e numa quarta casa seus pais.

Esse programa da GNT "Família é Família" mostra as novas configurações da família brasileira. Famílias, como nessa família, de pais separados que moram juntos com suas novas famílias, há também mulheres que se casaram e moram com seus filhos, ou homens que se casaram e também moram com seus filhos, e as mais novas famílias brasileiras. É muito bacana dizer que hoje não deve-se haver mais tabus impostos às novas famílias, afinal,  elas se "entendem" muito bem, sem que haja interferências, principalmente do Estado, com relação aos casais homossexuais.

Fico muito feliz em ver novas famílias se constituindo. Por anos tive o prazer de abraçar o filho do meu ex-marido, irmão do meu filho, hoje com 19 anos. Comecei a namorar seu pai quando ele tinha 4 anos e acompanhei sua vida até os 17, quando eu e seu pai nos separamos. Foi um imenso prazer fazer parte de uma família que já era "meio constituída". Agora a pouco falava com minha mãe e minha  tia sobre isso, sobre como, quando entramos na vida de alguém pra valer, abraçamos tudo, inclusive as famílias! E como é difícil numa separação, nos afastarmos delas.

Hoje, separada, meu filho tem 5 anos,  sei que a vida segue seu rumo. Torço para que meu ex-marido refaça sua vida e que encontre uma mulher tão bacana e que ame tanto o meu filho como eu amei o filho dele, e tenho certeza de que ele torce pelo mesmo!

A vida é tão fácil de viver, mas as pessoas complicam tanto... ninguém compra mágoa na próxima esquina, mas quando as separações se dão de uma maneira tranquila, as futuras relações naturalmente se darão também. Filho não é cartão de ponto em que os pais tem de pegar num determinado horário e necessitam "devolver" no outro.  Tudo pode ser levado em conta respeitando o tempo e os desejos das crianças, afinal, elas também possuem sentimentos, além de ser o resultado de, quase sempre (?), um grande amor.

Meu desejo profundo é que as pessoas, os casais, os novos casais, e as novas famílias possam tentar um relacionamento em que prevaleça o respeito, o amor, a paz e a alegria em viver!

Faço minha homenagem, na foto abaixo, a essa maravilhosa família, que me emocionou de imediato, na sua constituição, nos seus valores, no respeito que todos nutrem por si.

Família é Família! Que eu, que você, que todos nós possamos amar nossas famílias como elas são, e ainda as novas famílias, que de certo, entrarão nas nossas vidas!

Abaixo um trechinho do vídeo do episódio do qual eu cito, do Programa "Família é Família":
http://gnt.globo.com/programas/familia-e-familia/videos/3726938.htm







Os direitos humanos, a violência e a escola: o que podemos fazer?


Fico sempre preocupada com os reais Diretos Humanos.

Ao ler o artigo "Direitos Humanos, utopia brasileira" na Folha de SP de domingo (11/01 - Tendências/Debates), de Atila Roque, que é diretor-executivo da Anistia Internacional no Brasil, fico me perguntando tantas coisas...Uma delas é que a violência contra "os brancos" diminuiu 32% e contra os "negros" aumentou 32%... O que significa um preconceito muito grande quanto a cor e a classe social das pessoas... E também nos mostra, que o Brasil é SIM um país preconceituoso! Ainda assim, não podemos permitir que o preconceito  seja enfrentado apenas por aquele que sofre por ele. Mas também, não podemos culpar apenas as policias por esses homicídios, pois 75% dos policiais mortos no nosso país, foram mortos fora de serviço, ou seja, certamente a maioria deles fazendo "bicos", já que o salário de um policial não é suficiente para que ele possa sustentar a sua família.

No final do ano de 2014, O Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad,  divulgou a implementação do Programa de "Proteção Escolar" nas escolas municipais, a proposta visa "manter" a segurança dos profissionais da educação e dos alunos. Desta maneira, os policiais irão trabalhar nas escolas com altos índices de violência (a minha, inclusive), em horários de folga, ou seja, também farão bicos.
Mas vejamos, essa "ação emergencial" vai tão contra aos dados estatísticos de mortes de policiais no nosso país... Algo está muito errado!!! Precisamos formar nossos policiais, que também andam acuados e perdidos, pois não reconhecem mais o seu papel na sociedade.

E mais: Até que ponto "militarizar" as escolas é positivo? Será que não colocaremos a comunidade contra as escolas? Será que tal ação não aumentará o índice de jovens mortos nas periferias? Estas são questões que necessitam de reflexão aprofundada da sociedade e do poder público. 
Mas o que podemos fazer pelos jovens? Se nós, escola e sociedade, não nos reunirmos nos nossos bairros para procurar uma "solução" onde juntos poderemos proporcionar novas perspectivas de futuro, vamos perdê-los para o crime... E não é isso o que nós desejamos! Não podemos deixar que os jovens entrem nessas estatísticas nacionais de homicídios! Fora que muito deles, estão nas prisões sem nenhuma condição humana de se viver... Sabemos que a cadeia não é a solução, além de ser um lugar muito caro e amedrontador para tornar as pessoas piores! No nosso país, é desumano as condições em que os presos vivem. 

Mas, enquanto não temos políticas públicas que "resolvam" essas questões, nós mesmos vamos "tentando" minimizar essas situações e estatísticas. Mas como? com iniciativa! conversando com os colegas, divulgando e debatendo as  nossas ideias para possíveis  reflexões e "soluções". E no caso das escolas,  chamando as comunidades, pais e alunos para conversar sobre o tema, e tentarmos juntos minimizar as barreiras sociais nas periferias, de modo a provocar tais ações nos sindicatos, nas escolas, e procurar políticos que abracem essas causas, a fim de que possamos levar nossas angústias ao poder público.

É somente desta maneira, que a sociedade irá se alterar, é necessário urgente a mobilização social, não podemos apenas continuar sentados esperando que nossos governantes tomem atitudes, precisamos indicar a eles as nossas necessidades, e cobrar, conscientes e sempre! 

E Como disse Atila Roque ao final do seu artigo "Esses são pontos de uma agenda de mudanças pela qual vale a pena mobilizar recursos, energia e paixão."

Para ler o artigo de Átila Roque na Folha de SP de domingo, acesse: 

Para ler parte da reflexão que enviei à Folha e o jornal publicou no Painel do Leitor, clique no link abaixo: http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/01/1574484-leitores-comentam-artigo-sobre-direitos-humanos.shtml

Para saber sobre o Programa de Proteção Escolar da Prefeitura de SP, acesse:




Clichês de Final de Ano: Feliz Desassossegador Ano Novo!


Não gosto muito desses clichês de final de ano...

Tenho sempre a impressão de que muita falsidade soa no ar...E tenho quase certeza de que em muitos casos não são somente "impressões"... Muitas vezes desejamos apenas “Feliz Ano Novo”, assim como “Feliz Natal”, por educação. Porém, em outros casos felicitamos do fundo do coração!

Ainda assim, com o ano chegando ao fim, não há como fugir do "balanço" de final de ano...Foi aí que me recordei desse trecho retirado de uma poesia de  Carlos Drummond de Andrade:  "...é dentro de você que o ano novo cochila e espera desde sempre...".
Perfeito! Um “mantra” de “prece” de  início de ano! Uma  ótima reflexão! Oras, o ano novo não irá mudar se você, se eu, se todos nós não tivermos atitudes concretas que nos levem à mudança!

Precisamos de iniciativa para que o ano novo seja de fato novo! Muitas coisas dependem de nós! Osho dizia: " a coragem é um caso de amor com o desconhecido ". Tão profundo, não? E por qual motivo temos tanto medo do novo?  Do que e de quem ainda não conhecemos? 


Há uma certa acomodação quando optamos por nada fazer, por nenhuma atitude tomar, por levar a vida como ela sempre foi: uma rotina regrada e cansativa! Meu professor na faculdade, dizia que o poeta Fernando Pessoa fazia o mesmo caminho todos os dias, pela mesma calçada do trabalho para casa. Interessante como ele teve a coragem de criar personagens, heterônimos de si mesmo, que os permitia ser quem ele quisesse, ainda que sem deixar de ser ele próprio. Magnífico, não?

Há de haver uma maneira na qual  possamos mudar nossas vidas, e sem dúvida, a palavra "coragem" é a atitude principal para que paremos de reclamar que no ano anterior nada aconteceu...Temos de parar com essas superstições tolas: usar branco, usar calcinha amarela, usar fitinhas coloridas...Temos de mudar os caminhos, observarmos uma paisagem nova, conhecermos pessoas desconhecidas! Quanto encanto pode haver no que ainda não conhecemos? Enxergar o mundo diante de uma nova versão! Temos de encarar o ano novo de frente e nele mergulhamos de cabeça nos nossos sonhos, nos nossos objetivos e principalmente nos nossos medos! A vida não acaba com o ano velho...

Acredite em você! O ano nosso não será novo se continuarmos sendo os mesmos!
Feliz, corajoso e desassossegador Ano Novo!

De quem desassossegou-se e alterou todo o seu percurso em 2014!

"Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura." 
Do Livro do Desassossego - Bernardo Soares (heterônimo de Fernando Pessoa)

Passeio no cemitério?

Desde muito pequena minha mãe me levava ao cemitério... Já eu digo que não sei se  levarei meu filho sem necessidade... Mas por qual motivo mesmo?

Bem, os passeios dos anos 80, eram assim... íamos às casas das tias, avós... feira, supermercado, à igreja, e ao cemitério...

Com certeza, para você que está lendo, isso possa parecer estranho ou horrível, mas calma, há algo de muito poético nisso!

Hoje fui com minha mãe. Minha avó, a mãe dela, faleceu há 26 anos.... Tinha 7 anos, e me lembro como se fosse hoje, daquela que seria a minha segunda experiência com a morte... Dois anos antes morria meu avô, pai do meu pai.

Minha avó Lourdes, Maria de Lourdes Fonseca Bernardes, faleceu aos 73 anos, era uma senhora meio brava, durona, a matriarca da família, mas se rendia aos caprichos dos netos...

Morávamos no mesmo quintal e quando ela começou adoecer, passei a dormir com ela durante a noite. Seu arroz com feijão, ou seu café com leite, são insubstituíveis! .... Sinto o sabor deles no meu paladar...

Voltando aos  cemitérios... sempre gostei de ir....

Penso que cemitérios são um lugar de paz, tranquilidade.... Onde as pessoas cumpriram seus destinos e agora descansam em paz...

 O Cemitério São Salvador,  em Mogi das Cruzes, onde sempre frequentei com minha mãe, é imenso e arborizado!  Tranquilo, cheio de pássaros, e... gatos!

http://www.panoramio.com/photo/29087163

Adorava ir com minha mãe e ficava olhando as fotos das pessoas falecidas... via as  datas de nascimento e falecimento, fazia as contas da idade que a pessoa havia “mudado de vida”, as roupas que vestiam na época... Há até hoje um mausoléu da família Nacif Salemi, daqueles gigantes que há altar, e capela dentro, com cadeiras!!! (?)  E muitas, muitas fotos de pessoas que lá foram enterradas...

 Tão interessante era imaginar como foi a vida das pessoas, o que elas faziam, e ver que muitos deles deram seus nomes para as ruas da cidade.

A paz que se encontra num cemitério pode ser muito boa se conseguirmos refletir um pouco da vida, e ainda que infelizmente ou felizmente todos iremos passar por isso...


Fiquei com minha mãe fazendo um" tour " por lá, visitamos os túmulos dos meus avós, do avô do meu filho, do melhor amigo do meu pai, de uma tia da minha mãe... entre tantos outros! E a cada um que  passávamos, minha mãe  fazia algum comentário... Tal como sempre fez quando eu era criança... 

Hoje um gato preto nos acompanhou por grande parte da nossa visita, e chorou quando fomos embora.... fiquei feliz, é como se voltasse ao passado.... Aquela garotinha que visitava túmulos, enquanto sua mãe lavava o dos seus avós e imaginava o passado daquelas pessoas moradoras da cidade... 

Certamente os passeios ao cemitério não causaram mal nenhum para mim, já com relação ao meu filho, um dia, quando ele crescer mais, poderei levá-lo! E contar essa e muitas outras histórias que imaginava por lá...



Para saber mais:

No mundo todo os cemitérios são muito visitados. Quando estive em Buenos Aires, visitei o Cemitério da Recoleta, especialmente o túmulo de Evita Perón.

Veja alguns dos mais visitados pelo mundo:

http://caminhosdoturismopeloturismologo.blogspot.com.br/2011/03/rota-dos-cemiterios-montada-pelo.html


Em São Paulo o Cemitério da Consolação é uma rota cultural da cidade. Veja no link abaixo:

http://www.saopauloantiga.com.br/12-tumulos-curiosos-consolacao/

A Luta por um sonho...

Cine Belas Artes: Um exemplo  a ser seguido

Todos sabemos como os cinemas no Brasil viveram sua época áurea nos anos 50.

Em Mogi das Cruzes não foi diferente, dentre seus grandes nomes tivemos o Cine Odeon (hoje Ciarte), o Cine Avenida ( hoje igreja)  e o  Cine Urupema (outra igreja) .



Infelizmente todos  fechados  no final dos anos 80, início dos anos 90.

Nada contra as igrejas neles instaladas, porém, percebemos um grande vazio na nossa cidade diante da perda desses importantes cinemas de rua.

O que fizemos para impedir que fossem transformados em casas de espetáculos e posteriormente igrejas? O quanto não perdemos culturalmente com o fechamento desses ícones culturais?

Vejamos o exemplo do Cine Belas Artes, que desde os anos 50 instalado na Rua da Consolação em São Paulo, foi fechado em 2011 por intransigência do proprietário do prédio em negociar o valor do aluguel , com o diretor do cinema, o cineasta André Sturm.

Foram três anos de lutas, abaixo assinados, e organização da população que trouxeram o Belas Artes no sábado, 19 de julho,  de volta à cidade de São Paulo.

 Frequentadores criaram o MBA ( Movimento  Belas Artes) e juntos com André Sturm e outros parceiros, recorreram a população, outros órgãos, empresas, senadores, deputados, vereadores e o atual prefeito da cidade, Fernando Haddad.  Uma mobilização social  e cultural numa cidade com mais de 11 milhões de habitantes, lutando pela “memória afetiva” do cinema na cidade, como disse Sturm,  na reabertura do Cine.



Vemos Mogi das Cruzes, que atualmente conta com aproximadamente 387 mil habitantes, onde se estima que a cidade alcançará a marca de 800 mil em 4 anos. Paremos para pensar: somos poucos habitantes comparados à cidade de São Paulo. E o que fizemos para manter o patrimônio afetivo dos nossos cinemas? Será que lutamos o suficiente?

Vivendo na época das redes sociais, temos a alternativa de usá-la como uma grande ferramenta de mobilização social. Para tanto, espera-se que possamos nos espelhar no exemplo do Cine Belas Artes, agora Caixa Belas Artes, que além do investimento da Caixa Econômica Federal, terá também parceria com a Prefeitura de São Paulo, e contará com programas educativos no estilo “A escola vai ao cinema” que levará alunos das redes particulares e públicas de ensino às telonas! 

Vejamos,  estamos há  um ano sem nenhum cinema na cidade. Tínhamos apenas quatro salas no Mogi Shopping,  que foram fechadas para reforma ano passado, e que agora, espera-se que a rede Cinemark o reinaugure o mais rápido possível. Porém, sabemos que contaremos apenas com os grandes lançamentos, em sua maioria, filmes hollywoodianos. E onde ficam os filmes de artes?

Se teremos mais de 800 mil habitantes em 2018, estaremos beirando a 1 milhão de habitantes em poucos anos.

Mas nem tudo está perdido! Com sorte, atualmente contamos com o trabalho que vem mudando a cara da cultura de Mogi das Cruzes, que é o excelente trabalho realizado pelo Secretário de Cultura, Mateus Sartori. 

Desde que ele assumiu a secretaria, tudo mudou na nossa cidade! Festivais culturais, peças de teatro e muita, muita música! 

Mas ainda falta algo... o cinema! 

 E é  por isso que fazemos o apelo para  trazer de volta o cinema de rua à  Mogi, a fim de reviver os tempos áureos do cinema!

O mundo mudou, e há muitos filmes estreando no mundo todo! Quem sabe começarmos com um Cine Clube? Agora que temos terrenos desativados no centro da cidade!

Afinal, quem disse que  nossos  sonhos não se tornarão realidade um dia?

Como diz o título de um filme curta-metragem de André Sturm, que além de cineasta e diretor do Caixa Belas Artes, também  é diretor do MIS ( Museu da Imagem e do Som de São Paulo):  “ nem tudo que é sonho desmancha no ar”. 



E o Caixa Belas Artes está com sua programação desde a reabertura do cinema, em 19 de julho!

Para consultar a programação,  acesse o link abaixo:

http://caixabelasartes.com.br/